quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Correr atrás da cauda



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Algumas pessoas quando vêm o cão a correr atrás da própria cauda, rapidamente pensam que o cão tem um problema, desde um problema comportamental ou mesmo um problema de saúde (infecções) que provoca um incomodo qualquer.


Se é verdade que ambas as situações, em alguns casos, podem ser verdadeiras, na maioria das vezes, o problema que se verifica é outro.


A perseguição da cauda, pode acontecer devido à ausência de estímulos, stress, frustração, originada num acompanhamento incorrecto por parte do dono.


Cães que ficam muito tempo presos, que não tem qualquer tipo de actividade física (para alem de estarem sozinhos num quintal, varanda ou apartamento) podem facilmente gerar este tipo de comportamento obsessivo.


Os cães necessitam de actividade física a par de alguma funcionalidade a qual poder ser desenvolvida através do simples treino de obediência.


Nota: Nunca estimule o seu cão a perseguir reflexos, luzes ou sombras.


Embora numa situação diferente, no vídeo abaixo podemos observar um cão que simula sobre si próprio, marcando a sua presença com agressividade, o sentido de posse em relação ao seu alimento ou em relação a sua presa. No caso, o osso.




Os cães, na sua maioria criam “desvios” comportamentais por uma ausência total de estímulos adequados às suas origens e à sua raça em particular.


É errado pensar que um cão que corre solto pela casa ou pelo quintal é um cão feliz.


Neste post dei o exemplo em termos comportamentais do cão que corre atrás da cauda, mas poderia dar outros exemplos como a destruição de objectos, escavar, ladrar ou outros que, dependendo do cão e da situação, podem gerar um animal agressivo.


A decisão de ter um cão, não pode passar apenas por uma prenda de Natal, por um quintal grande ou por ter condições financeiras para o sustentar. É muito mais do que isso.

Gostava que acreditasse!


Cláudio M. Nogueira
www.amigodorottweiler.com
www.youtube.com/cnogueira
http://twitter.com/amigorottweiler

domingo, 1 de novembro de 2009

Projecto Amigo do Rottweiler


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É com esperança que espero que, a reformulação e continuidade do projecto Amigo do Rottweiler, continue a contribuir para a credibilização da raça Rottweiler, bem como, seja brevemente (a partir de 09/11/2009), também um espaço aberto a todos os admiradores de cães, independentemente da sua raça.

Subscrever este projecto é também ser solidário com os animais abandonados. Serão dadas mais informações, aquando o lançamento do "novo" site www.amigodorottweiler.com.

Vejam o vídeo promocional do novo projecto, clicando Aqui.

Obs. - Não deixe de visitar o meu canal no Youtube. Clique Aqui.

Cumprimentos e até breve,

domingo, 18 de outubro de 2009

Cães ou donos perigosos?



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Quando surge uma noticia negativa em torno de uma raça de cães, seja ela qual for, invariavelmente, os defensores dos animais e dos cães em particular, recorrem à “velha” frase: Não existem cães perigosos, mas sim donos perigosos.


Para os mais cépticos e para aqueles que infelizmente são vitimas de agressões por parte de cães, esta frase, não é mais que uma frase feita para esconder a realidade dos factos.


Tirando problemas de ordem genética (criação sem rigor) que possam causar desvios comportamentais num cão, o homem, 99% das vezes está por de trás dos incidentes e, é de facto, o verdadeiro responsável pelos mesmos.


O homem não só é capaz de adulterar o comportamento de um animal, como apenas por belo prazer, em nome de tradições, é capaz das maiores atrocidades.


Deixo para os mais cépticos e não só, o poder do homem sobre os demais animais que com ele coabitam, o qual, é usado em prol de questões culturais.


As imagens abaixo, documentam um acontecimento que ocorre na Dinamarca, concretamente na Ilha Feroe, o qual serve para demonstrar que os jovens já transitaram para a idade adulta.


Á frente de tudo e de todos, depois de atraírem os golfinhos, ocorre o Massacre:











SR. MINISTRO, QUEM AFINAL É POTENCIALMENTE PERIGOSO?




quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O transporte de cães no carro




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Quantos de nós não se identificam com o cenário apresentado na foto que abre este artigo?


Embora esta não seja a minha realidade há alguns anos, também já passei por ela. A foto do meu saudoso Panzer e da, ainda companheira, Stuka, comprovam-no.


Quem não reconhece o stress de abrir a mala do carro, onde o cão ou cães transportado(s), freneticamente, raspa(m) e ladra(m) para saír(em)?


Quem não reconhece, a figura dos donos desesperados, gesticulando como se defendessem uma baliza, ao mesmo tempo que, sem sucesso, proferem comandos a um ritmo mais elevado do que uma rajada de metralhadora? Algo do género: Aí, Quieto, Fica, Senta, Deita, Espera, Toma, Lindo espera...ufff.


A juntar aos cenários apresentados deve ser contabilizado o risco (cães e pessoas) de transportar animais soltos num carro.


Numa travagem a 50 km/h, um cão de 25 quilos pode ser projectado com um impacto de 694 quilos.


Fonte: Allianz Seguradora


Não menos importante, a ansiedade e comportamentos indesejados que, na maioria dos casos são despoletados num cão, provocados pelo contacto visual com exterior. Algo que pode ser agravado quando o cão é deixado nestas circunstancias, sozinho no carro, exposto ao mundo que o rodeia. Situação que nem sempre é pacifica devido à provocação dos transeuntes.

No final, existe também a questão da higiene. Primeiro, ainda nos damos ao trabalho de colocar uma manta que, no regresso já vem meia desfeita (com os perigos de serem ingeridas partes da mesma), segundo, acreditamos que depois de uma boa aspiração tudo ficará como dantes (que ingénuos que somos), por fim, acreditamos e aceitamos o facto de que, ter acentos repletos de pelos, com crostas de baba e com um cheiro nauseabundo, faz parte de ter um cão. É verdade, faz. No entanto, não tem que ser sempre assim.


Por motivos de segurança e bem estar de todos os ocupantes do carro, um cão, preferencialmente, deve ser transportado numa caixa própria para o efeito. Normalmente designadas como caixas transportadoras. A caixa deve ser presa e ter espaço suficiente para o cão dar uma volta sobre si próprio e conseguir levantar-se. Desta forma, o cão irá acomodado e calmo. Em caso de acidente, estará mais protegido de qualquer impacto e não será projectado.

Em alternativa, em conjunto com um peitoral, pode ser usado um cinto de segurança para cães. Este cinto, de curto comprimento, tem numa extremidade um mosquetão e na outra, o encaixe para prender na base dos cintos de segurança que se encontram nos acentos. Com pouco espaço de manobra, o cão acaba por se deitar.


Ambas as sugestões de transporte aumentarão a segurança de todos os ocupantes, irão minimizar o stress de cães e pessoas durante a viagem, tendo como bónus no final, poder de forma controlada, colocar a trela no cão. Claro, no que diz respeito á higiene, tudo fica mais simples.


Não, não acreditem que a transportadora é algo de cruel para o cão. Bem pelo contrário, mas essa duvida, dava espaço para outro artigo.


Independentemente, das sugestões atrás mencionadas, a Educação e Obediência é algo que nunca deve ser descurado.





segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Os cães e os brinquedos



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Muitos donos de cães, felizmente, não sabem que uma das principais causas de morte dos cães de companhia, são os brinquedos que lhes são colocados à disposição.


Para alem da qualidade de construção duvidosa dos muitos brinquedos que por ai se vendem, os brinquedos por si só, quando não devidamente utilizados, bem como ausentes de uma supervisão no momento da sua utilização, podem ser fatais.


Cães sufocados em bolas e torcidas de corda ou trapo são muito frequentes. A ingestão de objectos plásticos que após serem partidos, tornam-se, para alem dos problemas inerentes, em objectos cortantes, são igualmente uma fonte de problemas que, quando não detectados em tempo útil, podem ser fatais. No entanto, na maior parte dos casos, está implícita uma cirurgia.


Embora possa variar de cão para cão e da forma como o mesmo é integrado em família, a separação pode criar grandes momentos de ansiedade. Esta muitas vezes causada pela insegurança psicológica que o cão sente em ficar sozinho. A sua matilha humana, deixou-o entregue à sua sorte.


Outros cães aprendem que a destruição e o barulho é uma forma, embora que pouco positiva para eles, de chamar atenção dos donos. Assim, tudo o que possa estar ao seu alcance pode ser alvo de destruição ou de uma “brincadeira” desmedida.


Paralelamente, existem os cães que não ligam ou tão pouco tocam em qualquer brinquedo que lhes é deixado. Uma das principais razões para tal, é esses brinquedos já terem sido associados ao acto da separação.


Para alem do perigo iminente que o cão corre com brinquedos deixados à disposição, outro “dano” colateral que causa, é a fraca motivação que terão mais tarde para interagirem com o seu dono com esses brinquedos ou outros similares. Principalmente, fora do ambiente de casa. Este facto faz com que o ensino por motivação e jogo fique dificultado ao máximo.


“O meu cão em casa e no quintal brinca com tudo...Vai buscar as bolas e os brinquedos...Não percebo porque é que agora não liga a nada?!”


Este tipo de comentário é o mais ouvido quando alguém tenta treinar o seu cão fora de casa ou numa escola de treino. Mil e uma desculpas ou justificações ocorrem na cabeça do dono: Os cheiros, Os outros cães, O chão está molhado, Comeu muito de manha, distrai-se com as pessoas, etc, etc.


A causa desta situação está directamente relacionada com os brinquedos deixados á disposição dos cães e a liderança que os mesmos assumem em relação à brincadeira já que, na maior parte das vezes, são eles que a iniciam e terminam a seu belo prazer. Fora de casa, é o momento que tem para se libertarem dos seus donos e da relação inconsequente que tem com os mesmos. Facto que os torna desobedientes e pouco receptivos ao comando de chamada.


sábado, 11 de julho de 2009

Cão procura namorada...


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Para alem dos lamentáveis anúncios, onde se pode ler “Cão procura namorada / Cadela procura namorado”, muitas vezes afixados em clínicas veterinárias, existe na realidade, a ideia que os cães (em geral) necessitam de acasalar.


Tal facto, não é de todo verdade. No estado selvagem, apenas se reproduzem os cães mais fortes. Para o conseguirem, terão que ter uma posição de Alfa (líder) na sua matilha. Os demais, aqueles que não conseguem acasalar, não vivem em sofrimento ou tão pouco vêem o seu comportamento alterado por isso.


De acordo com os especialistas, os lobos, no caso as fêmeas, estas apenas tem o cio uma vez por ano. Altura em que, pontualmente, poderão haver disputas entre os machos mais dominantes. O impulso do acasalamento vem ao de cimo, desaparecendo com o fim do cio da femea.


Existem donos que julgam que, se a sua cadela não fizer pelo menos uma ninhada, poderá no futuro ter problemas de saúde, a par de ficar psicologicamente afectada por não reproduzir. O mesmo se aplica aos donos dos cães que, entendem que os mesmos ficariam mais calmos, caso tivessem oportunidade de acasalar, a par de ser um direito que lhes assiste.


O instinto de procriar de um animal em nada está relacionado com uma necessidade afectiva ou de prazer. Um cão não hesitará por um momento que seja em montar a sua própria mãe ou irmã de ninhada.


Mais uma vez, a humanização dos cães, impõe a sua lógica absurda.


Será que as pessoas que ainda pensam desta forma, estão dispostas a arriscar a vida dos seus cães num acasalamento? Sem qualquer critério ou conhecimento?


É verdade. Um acasalamento pode trazer riscos de saúde para os envolvidos. Existem doenças transmissíveis que podem vir a ser fatais, não esquecendo também que uma cadela pode morrer durante o parto.


Ainda relacionado com o acasalamento, existem muitos outros aspectos a considerar:


A selecção (Saúde, Temperamento, Carácter e Morfologia)


A entrega dos cachorros (seleccionar donos responsáveis)


O retorno dos cachorros ( ter capacidade para receber de volta cães de sua criação)


Tempo e dinheiro (Vacinas, registos, alimentação, etc)


A maturidade traz a estabilidade e a tranquilidade que muitos donos desejam para os seus cães. No entanto, muitas vezes, esta mudança de comportamento fica associada ao acasalamento dado que, em condições normais, o primeiro acasalamento é aconselhado a partir dos vinte meses de idade. Altura em que muitas raças começam a atingir a sua maturidade, principalmente as fêmeas.


Contribua para um menor sofrimento dos cães (Abandonos/Maus tratos), não fazendo ninhadas, sem qualquer planeamento ou rigor.


Arty da Qta. do Negrelho - 3 Meses

terça-feira, 16 de junho de 2009

O meu cão está doente?!...Ajudem-me!...Urgente!


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O meu cão está doente!...Ajudem-me!...Urgente! Este tipo de apelos, lamentavelmente, continua a ser uma constante nos e-mails que vou recebendo, bem como uma constante nos mais diversos fóruns de sites relacionados com animais de companhia.


São relatadas situações como:


“O meu cão não come há diversos dias e não sai do mesmo sitio. O que faço?”


“O meu cão está a ficar muito magro. Estará doente?”


“Desde há uns dias que o meu cão arrasta as patas traseiras. Será que se magoou?”


“Preciso de ajuda! A minha cadela está a ter filhotes”


“O meu cão está com sangue na urina. Quantos dias devo esperar para ver se passa?”


Claro está, no final, vem a frase habitual:

O meu cão está doente?!...Ajudem-me!...Urgente!


Nos fóruns, quando aparecem este tipo de tópicos, alguns dos seus autores, avisam logo:


“Não venham com a conversa que tenho que levar o cão ao veterinário”.


No mínimo, chocante. Assim classifico estas situações. Como ainda podem existir em pleno século XXI?


No que me diz respeito, não deixo de responder a nenhum destes apelos, tentando fazer os seus autores caírem na realidade, apurarem as suas responsabilidades, deveres e o risco de vida/sofrimento em que podem estar a colocar os seus cães.


Não me atrevo, não só pelo simples facto que não sou veterinário, a tecer qualquer diagnostico sobre os supostos “quadros clínicos” apresentados. Mesmo que fosse veterinário, nunca o faria sem uma observação presencial.


Estas realidades, são para mim, a prova provada, que os mais diversos problemas que vamos conhecendo com os cães na nossa sociedade, se devem a uma falta de consciencialização e civismo sobre os deveres e obrigações para com um animal de companhia.


Para quando uma campanha televisiva e não só, ao género do que foi feito para a reciclagem do lixo? Direccionada para os deveres e obrigações inerentes à detenção de um animal de companhia. A mudar, só mesmo as gerações vindouras.


Suspeita que o seu animal de companhia está doente?...Não hesite, vá ao veterinario.




sexta-feira, 29 de maio de 2009

Será que os donos conhecem os seus cães?


Os cães e respectivas raças (moldadas pelo homem nos últimos séculos), mesmo quando integrados na nossa sociedade e na sua família humana, continuam a reger o comportamento pelo seu código genético, o qual teve as suas origens no antigo lobo.

Embora muitos cães e muitas raças tenham sofrido, continuem a sofrer e tenham perdido ao longo do tempo as suas características principais, tudo devido ao desvirtuamento aplicado pelo homem na chamada humanização dos cães, um cão, em termos comportamentais, será sempre um cão.

Existem donos de cães que deixam o seu cão dormir na sua cama, pedinchar comida, saltar para cima das pessoas, saírem sistematicamente livres nos passeios, pedirem festas, iniciar brincadeiras, etc. Tal acontece por indisponibilidade/indiferença em relação ao cão ou tão simplesmente porque entendem (por falta de conhecimento) que assim os seus cães são felizes.

No entanto, tudo se complica quando começam a surgir comportamentos que os donos não entendem, mas que querem desesperadamente resolver. São exemplos disso a falta de controlo, o cão que puxa na trela, o cão que destrói a casa na ausência dos donos, o cão que corre atrás da cauda, o cão que ladra insistentemente sem razão aparente, o cão que corre freneticamente em círculos ou ziguezague, o cão que abre buracos, o cão que simula rituais territoriais (urinando, defecando, ladrando, insinuando sinais de agressividade) e muitos outros exemplos que poderiam ser dados.

Sem perceberem (e muitas vezes não querendo perceber) as razões de tais comportamentos, os donos vão pelo caminho “mais fácil” que, não raramente, apenas tem como consequencia o agravamento dos problemas e o infligir de sofrimento no cão. Em relação a este ultimo aspecto que não hajam duvidas:

- Se o cão ladra, coloca-se uma coleira de choque anti-ladrido. Isto se não for cara, caso contrario, talvez uns baldes de agua fria resultem.

- Se o cão causa estragos em casa, a chegada dos donos, trás com ela uma agressão verbal ou mesmo física (esta ultima é a mais usada).

- Se o cão puxa, aplica-se (de forma errada) uma estranguladora ou um colar correctivo (conhecido como colar de bicos)

- Se o cão urinou no chão da casa, os donos esfregam o focinho do cão no chão.

- Se o cão tenta fugir do quintal, prende-se a uma corrente.

- Se um cachorro morde o que não deve, leva uma pancada no focinho

Lamentavelmente, esta lista de métodos errados, poderia ser mais extensa.

Tudo isto acontece porque ao se querer um cão de companhia, a maioria das pessoas, não quer um CÃO quer apenas aquele animal engraçado que dizem ser o fiel amigo do homem.

Muitos donos não conhecem os seus cães e respectivas necessidades, assim como, muitos políticos e respectivas leis impostas no nosso pais, tão pouco lhes reconhecem qualquer direito.

Colocado recentemente na Web por um anónimo, circula um vídeo, alusivo às declarações proferidas no final do ano transacto, pelo actual candidato ao Parlamento Europeu o Sr. Paulo Rangel.

Dado que estamos num pais democrático, onde se apela ao dever cívico do voto, não quero deixar de dar a minha modesta contribuição, para que em consciência, os portugueses saibam o que é um “exemplo de civismo”. Afinal o “exemplo” vem de cima.

Assim, convido a ver o vídeo em causa:




Cláudio M. Nogueira
www.amigodorottweiler.com
www.youtube.com/cnogueira
http://twitter.com/amigorottweiler

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Procuro cão barato


Procuro cão barato. Esta é uma das frases que mais me invade a caixa de e-mail e talvez a mais vista em alguns fóruns de cães.


É verdade, como em tudo na vida, nos mais diversos sectores, existe a especulação e o negócio puro e duro. Na canicultura não é diferente. Infelizmente.


No entanto, principalmente com animais, é importante saber que há vontades que, não é para quem quer, é para quem pode.


O custo de um cão, quando comprado, não termina no acto da compra. Bem pelo contrario.


Se estivermos a falar de raças catalogadas, erradamente, como potencialmente perigosas, estas terão custos acrescidos, os quais estão relacionados com as obrigações legais impostas pelo governo. No entanto, as despesas, não se ficam por aqui.


Todo e qualquer cão necessita de uma boa alimentação, de cumprir um programa de vacinação adequado, um programa de desparasitação adequado, de acessórios para uso no seu dia-a-dia, de acompanhamento veterinário em caso de doença (em alguns casos medicação recorrente) e, não menos importante, de um bom treino o qual pode acarretar despesas adicionais.


É importante perceber, de uma vez por todas, que o custo de manutenção de um cão é bem superior ao valor da sua compra. Algo que nos pode acompanhar durante dez ou mais anos.


É importante perceber se na realidade existem condições financeiras para se ter um cão. Não basta apenas querer, é necessário também poder.


Se não está disposto em gastar muito dinheiro na aquisição de um cão, porque não adoptar? Pode ser a melhor solução para o futuro dono e futuro cão. Claro está, nestes casos, também não deve descurar os custos de manutenção.


Um criação rigorosa, mesmo que não especulativa, tem sempre valores ligeiramente elevados, os quais estão directamente ligados ao investimento feito na selecção dos progenitores, nos seus mais diversos aspectos. Contudo, e apesar de uma criação rigorosa, existem criadores que em função de determinados objectivos e através de uma selecção cuidada dos proprietários oferecem os seus cachorros. Estes criadores, não devem ser confundidos com os chamados criadores de quintal, aqueles que criam sem qualquer conhecimento ou rigor.


Não pense num cão como um objecto que pode ser comprado em saldo ou dado através de uma campanha de adopção. Pense num cão como um ser vivo que merece ser respeitado e viver com dignidade.


quarta-feira, 22 de abril de 2009

O Conflito


É muito frequente deparar-me com cães, sejam eles cachorros ou adultos, os quais evidenciam algum receio quando brincam com os seus donos. Os primeiros sinais manifestam-se nos gestos bruscos do condutor do cão e na hesitação do próprio cão em agarrar ou manter um brinquedo na boca.


Paralelamente a este facto, existe igualmente a indiferença dos cães aos seus donos, quando libertados da trela. Vale tudo menos ir ter com o dono quando este o chama.


Esta realidade começa a formar-se nas idades mais jovens dos cachorros, altura em que as brincadeiras desmedidas com as mãos, não passam de provocações constantes para o animal. Este responderá da única forma que sabe ou seja, mordendo. Cenário que o dono não permite, acabando por repreender o cachorro com uma palmada (muitas vezes no focinho). Tudo isto está errado.


O resultado, deste “jogo” e respectiva consequência, acabará por gerar um conflito crescente, em que o cão deixará de perceber qual a barreira entre a brincadeira e uma luta na qual terá que se defender.


Igualmente, desde cedo, os donos querem testar a sua supremacia sobre os seus cães, forçando sistematicamente a que os cachorros larguem tudo que tem na boca. Algo que se agrava com a permanência de um cachorro que, livremente, percorre uma casa ou um quintal/jardim. O preço a pagar será alto, quando um dia se queira treinar um cão através da motivação e recorrendo a métodos positivos (Ex: Uso de bolas, churros ou mesmo comida). Na mão do dono, o cão nunca terá confiança ou motivação suficiente para brincar. Também neste caso, o cão deixará de perceber quais os limites da sua liberdade.


Por fim, e como oposto aos cenários anteriores, curiosamente, os donos deixam os seus cachorros crescerem, habituando-os, a passear livres da trela. Situação que os poderá colocar em risco, bem como, incorrectamente, irem incomodar terceiros (sejam outros animais ou pessoas). Procedendo desta forma, livres e sem obediência, os cachorros aprendem a libertar-se não só da trela mas também do dono. Principalmente, quando nestas circunstancias, a bem ou a mal (após longos e longos minutos de desespero) são apanhados e remetidos na base da força para o final do passeio.


Será sempre importante entender os cães, não os ver como humanos nem tão pouco os ter por mero capricho. Não menos importante, ter a humildade suficiente para perceber que, muitas vezes, antes de pensar em treinar um cão, deve pensar em “treinar-se” a si próprio.

sábado, 21 de março de 2009

Beneficiamentos??...Pedigree??

Beneficiamentos

Os beneficiamentos, vulgarmente apelidados de cruzamentos, têm como objectivo, como o próprio nome indica, beneficiar a raça. Neste sentido, quando se pensa em beneficiar (cruzar) a raça, os exemplares escolhidos para o efeito devem ser avaliados nos mais diversos aspectos (Morfologia, Carácter, Temperamento e saúde). A par deste processo, por si só já complexo, o mesmo deve ser aplicado aos seus antepassados. Estes, caso sejam no verdadeiro sentido da palavra reprodutores, para alem do atrás exposto, devem também ser analisados em função dos resultados obtidos com cachorros oriundos de beneficiamentos em que estiveram envolvidos.

Este tipo de análise apenas se consegue com um conhecimento real das linhagens. Não é líquido ou tão pouco suficiente, pensar que dois cães aparentemente bonitos, darão cães bonitos e equilibrados.

Obs. – Não serão com certeza criadores que negoceiam cães com Pedrigree e sem Pedigree que saberão o que estão a fazer.

Pedigree

O Pedigree é um documento onde se regista as características básicas de um animal identificando a sua raça e seus ascendentes até à terceira geração. Este documento é um registo, designado em Portugal como LOP (*), que por si só, não garante a qualidade dos cães, já que qualquer ninhada pode ser registada sem qualquer tipo de fiscalização ou verificação.

Um cão com um “Pedigree” (documento), infelizmente, não significa que seja puro ou que se encontre em conformidade com o estalão da raça que representa. A juntar a este facto andam inúmeros Pedigree`s a circular e atribuídos a cachorros, que não correspondem à realidade.

Apenas um trabalho sério de criação e um conhecimento efectivo das linhagens, produzem cães de acordo com cada estalão de raça.

(*)LOP - Livro de Origens Português, é o registo genealógico para a identificação dos cães de raça pura existentes em Portugal, foi criado em 1932, sendo o Clube Português de Canicultura (C.P.C.) o seu fundador, gestor e depositário e como tal reconhecido pela Fédération Cynologique Internationale (F.C.I.), na qual está federado.

Cláudio M. Nogueira

domingo, 8 de março de 2009

Legislar por Legislar...

Os lamentáveis casos de ataques de cães a outras pessoas e mesmo a outros animais, causadores de ofensas graves à sua integridade física ou mesmo a sua morte, devem ter um fim ou no limite serem casos de extrema raridade.

A solução para este drama, que afecta toda a sociedade civil, passa por uma legislação adequada para a posse de animais de companhia na sua globalidade. Um cão perigoso não é apenas aquele que evidencia agressividade directa para terceiros, mas também aquele que por falta de controlo do seu dono pode indirectamente causar danos a terceiros.

No entanto, em relação a raças cujas características possam se enquadrar em funções de defesa pessoal ou serviço similar, estas deveriam ser obrigadas a legislação específica.

Legislar por legislar é perfeitamente inócuo e apenas causa revolta nos visados. Estes últimos são os admiradores e os verdadeiros responsáveis detentores de cães de companhia, assim como as vitimas, algumas vezes mortais, da ignorância e maldade, daqueles que usam animais como meras armas pessoais sempre prontas a disparar.

Os seguros de responsabilidade civil obrigatórios são perfeitamente legítimos e adequados, mas por si só não resolvem nada. Trelas curtas e cães açaimados, embora numa primeira análise possam inspirar mais segurança, escondem por certo, o verdadeiro problema de toda esta questão: Falta de Educação, Sociabilização e Treino.

O que acontecerá se a trela se soltar? O que acontecera se o açaime não for adequado? Servirá de consolo ter um seguro para indemnizar a vítima e a prepotência de mandar abater mais um cão.

As vítimas são sempre as pessoas inocentes e os cães, que de forma igualmente inocente, se vêem nas mãos de donos verdadeiramente perigosos.




A legislação deve-se preocupar não apenas com as medidas de contenção dos animais mas com o controlo efectivo sobre os mesmos. É fundamental que cada vez mais as pessoas sejam confrontadas com os seus deveres e obrigações quando pensam em ter um cão de companhia. Um deles, será por certo, a obrigatoriedade de sociabilizar e treinar o seu cão, expondo-o posteriormente a exames que comprovem a sua aptidão para estar em sociedade, quer através da sua interacção com pessoas e outros animais, quer através do controlo por parte do seu dono.

Os donos podem ter aptidões físicas, podem estar isentos de qualquer registo criminal, contudo, a sua inexperiência em ter um cão, a falta de informação sobre os seus deveres e obrigações (lamentavelmente não adequados) tornam o detentor do cão, desde do primeiro dia, um dono potencialmente perigoso. O problema volta a acontecer. Será sempre uma questão de tempo e oportunidade.

Quando a legislação impede que a criação das raças, erradamente consideradas potencialmente perigosas, não seja divulgada, está a contribuir directamente para a clandestinidade da criação.

A criação e a detenção das raças elegidas, erradamente como potencialmente perigosas, devem estar a céu aberto e perfeitamente identificadas. Quem fizer o contrario é que deve ser punido. Quem não deve não teme.

Se na realidade a legislação incidisse e fiscalizasse os deveres e obrigações, dos detentores, no caso, de cães de companhia, a comercialização de cães diminuía drasticamente já que, os fundamentalistas dos cães, aqueles que os confundem com pessoas e aqueles que os usam com fins ilícitos, teriam os dias contados.

Se legislar por legislar não nos leva a lado nenhum, também é verdade que ter um cão só por ter, esquecendo as obrigações, bem como o respeito e a liberdade por terceiros, apenas se irá contribuir para a proibição do Rottweiler em Portugal.

Seria a proibição do Rottweiler em Portugal uma medida extrema e ignorante? Estou certo que seria. No entanto, não menos ignorante e triste, é estar nas mãos daqueles que dizem gostar da raça, continuarem a usá-la a seu belo prazer desrespeitando tudo e todos. Inclusive a propria raça Rottweiler.

Cláudio Nogueira
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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O Perfil do Rottweiler

A história do Rottweiler, conta-nos, que ao longo de alguns séculos, esta raça de cães serviu e continua a servir o homem nas suas mais diversas formas. Eles são excelentes na guarda, no pastoreio, na busca e salvamento, bem como simples cães de companhia. São leais, dedicados e defensores da sua família humana.

O Rottweiler, sem qualquer surpresa, está catalogado como uma raça de trabalho ou de utilidade. A sua estrutura, media grande, acompanhada de uma ossatura e massa muscular fortes, fazem dele um cão possante e relativamente pesado. No entanto, desenganem-se aqueles, que pensam que estamos perante um cão lento e sem agilidade.

A saúde do Rottweiler, globalmente não inspira cuidados de maior, no entanto na sua fase de crescimento, dado ser rápida, deve-se ter particular atenção ao excesso de peso e a uma alimentação adequada. A propensão para a Displasia da Anca e Cotovelo é algo que igualmente merece especial atenção e que por este facto, o respectivo despiste deve ser exigido aos progenitores de qualquer ninhada.


As suas características físicas e psíquicas, exigem uma actividade diária quer através de passeios, quer através do desempenho de algumas funções, como poderá ser um treino devidamente orientado. A ausência e disponibilidade para estas práticas, poderá levar o Rottweiler a impor a sua própria liderança e fonte de entretimento. Se tal acontecer, não será difícil ficarmos perante um cão autoritário, desobediente, destruidor (roer, escavar), barulhento e dono inquestionável do seu território.

Tal facto, não será benéfico para os seus donos nem tão pouco para manter um relacionamento harmonioso com a vizinhança.

O Rottweiler não é uma raça que se dê bem, crescendo sem atenção e orientação, pelo que precisa de ser parte integrante da família humana assim como, conhecer de forma clara, o seu lugar na hierarquia familiar.

Donos, mal informados ou inconscientes, não percebem que esta raça necessita de educação, sociabilização e treino. Com respeito e consistência é uma raça acessível e facilmente treinada para o dia-a-dia. Infelizmente, as leis governamentais de alguns países, inclusive Portugal, bem como algumas companhias de seguros, confundem a irresponsabilidade de alguns proprietários de Rottweilers, com o temperamento de uma grande raça.

Cláudio M. Nogueira

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A Compra/Oferta de um cão

É com frequência e também com atenção que ouço os relatos dos proprietários de cães. Enquanto uns relatam, de forma diferente, a forma como os seus cães reagem a pessoas estranhas, outros, igualmente de forma diferente, relatam como os seus cães reagem a outros cães. Inúmeros cenários são colocados pelos donos de forma díspar quer, os cães sejam da mesma raça, ou não.

Se existem aspectos ambientais (forma como são integrados em sociedade / comportamentos adquiridos através da vivência com outros animais) que influenciam a forma de agir dos cães, como se explica que, em igualdade de circunstancias, para o bem ou para o mal, dois cães reajam de forma diferente a cenários iguais?

A resposta está na raça e nos genes que um determinado exemplar transporta.

Quando existe uma selecção cuidada dos cães que são usados para reprodução, as probabilidades de determinadas características (físicas ou temperamentais) passarem de geração em geração, são muito altas. Este facto faz com que a criação apenas devesse ser realizada com um conhecimento real das características de uma raça e com um bom conhecimento da linhagem (reprodutores e seus antepassados) a usar. Infelizmente, na maioria dos casos, esta premissa não se verifica, levando a uma descaracterização das raças ao longo do tempo. Muitas vezes com efeitos nefastos.

Nota: Um cão com Pedigree (LOP), não significa por si só ser um cão de qualidade, tudo dependerá da qualidade real do seu Pedigree (reprodutores e seus antepassados). Quando assim não é, apenas podemos dizer que temos um cão registado no LOP (Livro de Origens Português) o qual é da responsabilidade do Clube Português de Canicultura.


Se a questão genética é sem duvida um aspecto importante no comportamento do cão, não menos importante é o tempo que um cachorro passou com a sua ninhada após o nascimento. Se for retirado da sua mãe antes das sete semanas de vida, o cachorro não aprenderá um conjunto de regras e sinais que serão aprendidos com a sua mãe e os seus irmãos. Fundamentais para a sua vivência e integração futura. Por outro lado, se permanecer mais do que doze semanas, poderá enraizar em função do seu posicionamento na matilha, comportamentos dominantes ou submissos para outros animais ou mesmo pessoas. Uma vez mais, apenas alguém com conhecimento sobre estas e outras matérias inerentes, deve dedicar-se à criação de cães.

Nota: Existem pessoas que reproduzem cães e existem os criadores que fazem beneficiamentos entre dois exemplares, tentando apurar a raça em todos os seus aspectos.

Quando pensar em adquirir um cão ou recebe-lo de oferta, não será aconselhável faze-lo de ânimo leve. Quando assim acontece, pode estar a ficar com uma “bomba-relogio” que quando menos esperar vai rebentar-lhe (hiperactividade, agressividade, fobias, dominância, desconfiança, problemas de saúde, etc) nas mãos.

Se na realidade gosta de animais, não se precipite, seja selectivo e rigoroso, contribuindo para que os criadores de quintal e as Puppy Farms (*) sejam banidas.

(*) – Quintas onde existem cadelas em grande número e em condições precárias, a reproduzir indiscriminadamente, abastecendo o comércio através de lojas de animais e classificados de jornais. Quem não viu ainda anúncios, onde se informa que se vendem cães de todas as raças?

Cláudio M. Nogueira

Conhecer antes de censurar

Infelizmente, o ataque de cães a pessoas contínua, pontualmente, acontecer. Contudo, estes ataques surgem associados a diversas raças de cães ou mesmo a cães sem qualquer raça definida. Os factos e as causas que estão por de trás de um ataque, raramente são analisados e discutidos de forma séria e construtiva. Lamentavelmente, para as vitimas e para os cães, o sensacionalismo, impõem-se de forma mais vigorosa. Quando assim é, pessoas menos informadas e susceptíveis começam a descriminar raças, bem como os proprietários das mesmas. Este cenário, faz crescer cada vez mais um problema social que toma contornos lamentáveis, já que, ofensas verbais, corporais, envenenamento de cães e outros actos pouco dignos, ameaçam directamente aqueles que, de forma responsável, são detentores dos animais visados.

A posse de animais para guarda de propriedades, guarda pessoal ou factor moda, está na sua maioria, na origem dos ataques a pessoas ou a outros animais. A falta de conhecimento sobre aquilo que na realidade é um cão de guarda, aplicada a pessoas que apenas detêm um exemplar, é elevadíssima, sendo de total desconhecimento, para aquelas que, com o mesmo fim, detêm vários exemplares no mesmo espaço. O civismo, a educação, a “cultura” sobre a detenção responsável de um cão, é algo que falta à sociedade portuguesa. Pessoas que procuram um momento de laser em espaços verdes, que querem andar de bicicleta nas ciclo vias, que querem passear em circuitos pedonais, que querem passear o seu cão à trela, têm de ser sistematicamente incomodados com cães soltos e, na sua maioria, sem qualquer controlo de obediência. Estes são os responsáveis directos pelas vítimas humanas que por este país fora vão aumentando de número. Cães perigosos, não são apenas aqueles que atacam pessoas, são também aqueles que, descontroladamente, correm pelas ruas, provocando muitas vezes acidentes de viação e o derrube de crianças e pessoas indefesas.A problemática do ataque de cães a pessoas, não se resolve com listas de cães potencialmente perigosos. A proibição de raças também não é solução.Se juntarmos as diversas listas de cães potencialmente perigosos existentes por esse mundo fora, constatamos, que para alem de raças comuns em cada país, encontramos sempre mais duas ou três diferentes. Poderíamos assim concluir que, afinal, grande parte das raças é perigosa. No entanto, estas listas estão relacionadas com as raças mais populares. Popularidade, que associada à detenção irresponsável, origina os acidentes que lamentavelmente vamos conhecendo. Conclui-se facilmente que o problema não está nas raças, mas no uso indevido das mesmas por parte do homem.Um cão de origens credíveis e cujo o carácter não tenha sido modificado, é sem dúvida um cão de confiança. Uma boa socialização, a par de uma obediência básica rigorosa, é suficiente para termos um cão estável, equilibrado e útil.


O Rottweiler, como muitas outras raças de cães, tem sido ao longo de todo o seu historial, também ele, um cão de utilidade pública. É injusto, para uma raça que na sua maioria de casos, tem ajudado o homem nas mais diversas vertentes, se veja nos dias de hoje, ameaçada pela incúria de alguns dos seus proprietários.

A nós, amigos e defensores do Rottweiler, cabe-nos a tarefa, através do bom senso e um grande sentido de responsabilidade, contribuir para o bom-nome desta extraordinária raça.

Aos demais, em relação à raça Rottweiler e outras, apenas peço para conhecer antes de censurar.

Cláudio M. Nogueira

O Autor do Blog

Uma breve apresentação pessoal

O meu nome é Cláudio Nogueira, nasci em Portugal, mais concretamente na cidade de Lisboa, no ano de 1968.

Hoje, mais do que nunca, posso afirmar que uma das minhas paixões sãos os cães. Sem dúvida animais de grande nobreza. Animais que nos ensinam o sentido da humildade, da lealdade e da devoção.

Não estando profissionalmente ligado aos cães, não deixo por isso de lhes dedicar a devida atenção, procurando simultaneamente defende-los e conhece-los cada vez melhor.

A escolha do Rottweiler

A raça de cães que elegi como sendo a minha preferida, erradamente apelidada, diria mesmo, catalogada como potencialmente perigosa, é a raça Rottweiler.

Sendo uma raça ancestral, a sua história, a sua origem, não é totalmente clara. No entanto, o Rottweiler está identificado como uma raça de cães alemã, a qual foi desenvolvida na localidade de Rottweil (sul da Alemanha). Esta zona esteve nos caminhos do Império Romano, facto que leva a especular, que o cruzamento de cães pertencentes às legiões romanas com cães locais terá dado início ao apuramento do Rottweiler. Esta última versão é ainda hoje muito contestada pelos alemães.

O “mistério” em torno das origens do Rottweiler aliado ao facto do seu nome estar associado a um conjunto de características que o tornavam polivalente, despoletou em mim grande curiosidade. Quando, admirei através de vídeos algumas das suas capacidades funcionais e tive a oportunidade de interagir directamente com a raça, imediatamente, não hesitei. Escolhi, sem qualquer arrependimento, o Rottweiler.

A ingenuidade e a inexperiência

O cenário em Portugal de escassa informação, informação duvidosa e interesses financeiros em torno do Rottweiler, ciclo contínuo e viciado, trouxe-me no passado, como proprietário de um Rottweiler, um conjunto de dificuldades no relacionamento com o cão e com a sua integração em sociedade. Este ultimo aspecto, pelo menos na sua forma, não era coincidente com os pareceres e opiniões de criadores ou profissionais ligados à raça, oriundos de países como Alemanha, Áustria, Estados Unidos da América, os quais, através de e-mail ou literatura de sua autoria, previamente consultei.

Não convencido ou tão pouco conformado com as dificuldades encontradas, procurei conhecimento e apoio fora do círculo de interesses duvidosos, existentes em torno do Rottweiler. Algo que veio a concretizar-se, abrindo novos horizontes e novas realidades sobre a minha perspectiva daquilo que era ser dono de um cão. Este facto, paulatinamente, acabou por me conduzir a percurso no mundo dos cães, um pouco mais para além do “simples” dono de um cão.

A criação e o Afixo Quinta do Negrelho

Num jovem, mas sério percurso na criação da raça Rottweiler, sob o Afixo Quinta do Negrelho, o meu lema foi, e será sempre, não beneficiar exclusivamente o Rottweiler em termos morfológicos ou características temperamentais, mas sim procurar cumprir com aquilo que é pedido pelo estalão da raça.

Resultantes desta postura de criação, onde o equilíbrio foi sempre procurado, destacam-se:

Arty da Quinta do Negrelho
Morfologia: Classificações de Bom e Muito Bom – BH: Apto - Trabalho: RCI III

Baly da Quinta do Negrelho
Morfologia: Classificações de Muito Bom e Excelente – BH: Apto - Trabalho: RCI III

Benji da Quinta do Negrelho
Morfologia: Classificações de Muito Bom – BH: Apto

O Afixo Quinta do Negrelho em Fevereiro de 2009 era o único afixo português com dois cães com Grau III de RCI, três participações na Taça de Portugal de RCI e uma participação no Campeonato do mundo de Rottweilers de trabalho (IFR). Esta última tratou-se da primeira vez que Portugal se fez representar.

A promoção do Rottweiler como cão de trabalho

A experiência que adquiri, nos últimos anos, com o contributo nacional e internacional, permitiram um conhecimento aprofundado em treino de cães. Nesta área acompanhei e formei diversos cães, dinamizando em Portugal a presença de Rottweilers em provas de BH (Cão de companhia) e provas de RCI (trabalho). Na vertente de trabalho fui membro da sub comissão de cães de utilidade para o RCI do Clube Português de Canicultura.

A dedicação ao Rottweiler

A minha dedicação à raça Rottweiler e aos cães em geral levaram-me a ser responsável por inúmeras acções de sensibilização junto da opinião pública, muitas vezes, com a cobertura dos órgãos de comunicação social (TV, Rádio, Imprensa escrita). Igualmente colaborei com as revistas de canicultura portuguesas Cães & Companhia e Os Nossos Cães onde publiquei artigos de minha autoria sobre a raça Rottweiler e provas de Cão de Companhia. Ainda no âmbito da raça Rottweiler, fundei Associação Amigo do Rottweiler.

Assim se passaram 9 anos.

Na Actualidade

Actualmente, dedico-me a acções de formação e sensibilização, tentando juntos dos proprietários de cães (independentemente da sua raça), garantir uma melhor integração dos seus cães em sociedade e no seio familiar.

Mais informações sobre o meu trabalho e sobre o projecto Amigo do Rottweiler, podem ser consultados em:

www.amigodorottweiler.com
www.youtube.com/cnogueira

Cumprimentos

Cláudio Nogueira