terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O cão em casa



Site Meter

São muitos os donos que me questionam sobre qual a melhor forma de educar um cão que viva em casa. Desde controlarem as actividades do cão, quando ausentes e presentes, bem como controlarem as necessidades fisiológicas dos seus cães.

Em primeiro lugar, é importante perceber que um cachorro com 5/6 meses de idade, não controla ainda as suas necessidades fisiológicas e que, paralelamente, o seu comportamento é bastante activo, fruto da idade e da curiosidade de conhecer o mundo que o rodeia. Quem nesta fase, tentar contrariar esta realidade, está a “comprar” uma problema de relacionamento com o seu cão.


Durante o período de crescimento do cachorro, devem desde logo ser implementadas rotinas, quer em relação à liberdade (normalmente é erradamente excessiva) do cachorro na forma como circula na casa, quer em relação às horas das refeições.


Os cachorros tendem a fazer as suas necessidades após beberem ou comerem. Assim, deve ser criado o habito de levar o cachorro à rua ou para o local eleito para as necessidades, logo a seguir a comer.


Caso o cachorro seja educado a permanecer numa zona circunscrita, a qual igualmente é usada para dormir, o cachorro tende em não fazer nessa mesma zona, permitindo que atempadamente possa ser levado à rua. O uso de um “canil” (existem divisórias que podem ser montadas em apartamentos) ou duma caixa de transporte, deve ser considerado para o local onde o cão dorme e para a sua zona de repouso.


Caso a introdução do “canil” ou caixa seja bem feita, esta jamais será vista pelo cão como uma prisão ou castigo. Facto que permite, sempre que necessário, colocar o cão na sua zona restrita, afim de minimizar comportamentos “negativos”, os quais são normais nos cachorros.


Se sempre que o cachorro andar solto pela casa, houver uma supervisão dos donos, a par de, na zona de circulação, não existirem objectos impróprios e tentadores para o cachorro, não haverão problemas de maior nem tão pouco relações de conflito.


É bom acreditar que em cachorro, são os donos que fazem companhia ao cão, e não o inverso.


A tentação de dar em casa toda a liberdade a um cachorro, a ausência de rotinas e brincadeiras desapropriadas, são as causas que originam as centenas de questões que me são colocadas relacionadas com problemas (alguns graves) de vivencia dos donos e os seus cães.


As historias do Marley & me ficam sempre bem, mas são casos isolados quando comparados com a realidade dos abandonos ou de cães que são remetidos a um canil ou corrente.


Não menos importante, é o facto de os admiradores de cães se queixarem das restrições existentes no acesso de cães a locais públicos, quando é exactamente essa maioria que contribui, através da falta de controlo sobre os seus cães e de respeito para com terceiros, que tal aconteça.


Grande partes das pessoas que conheci até hoje, as quais me solicitaram ajuda, diziam que tinham controlo nos seus cães. Em cinco minutos ficaram a perceber que não era essa a realidade. Obviamente, não incluo aqui os casos de ausência total de controlo.

Sinto-me á vontade para falar destas realidades porque eu próprio (há muitos anos) já fiz parte delas. Um cão meu não dormia num canil, um cão meu não era transportado numa caixa de transporte, todos os cães conviviam livremente e diariamente uns com os outros, etc., etc.


Tudo mudou quando percebi que estava a cair em situações complexas, como:


  • Problemas de relacionamento entre os cães


  • Falta de controlo sobre os mesmos


  • Desinteresse total pelo treino


  • Brincavam apenas dentro de casa e por sua iniciativa


  • Abrir buracos, simularem lutas, correrem atrás de outros cães, tudo era mais importante do que eu


  • Cadeiras e colunas de aparelhagens roídas, sofás com urina, etc.


  • Cães a serem internados por causa de objectos que engoliam


Perante o quadro acima tive que parar para pensar: “Se na realidade gosto dos meus cães e se na realidade sou mais inteligente do que eles, algo vai ter que mudar.”


Hoje, os meus cães, dormem em canil, são transportados em caixas próprias, brincam com outros cães, treinam, entram em provas desportivas, frequentam o interior da casa, são sociáveis com pessoas e animais, acima de tudo, são cães equilibrados.

Os meus cães não são ou não foram melhores que outros, apenas passaram a ser encarados, tratados e respeitados como aquilo que são: Cães.


Cláudio M. Nogueira
www.amigodorottweiler.com
www.youtube.com/cnogueira
http://twitter.com/amigorottweiler