É muito frequente deparar-me com cães, sejam eles cachorros ou adultos, os quais evidenciam algum receio quando brincam com os seus donos. Os primeiros sinais manifestam-se nos gestos bruscos do condutor do cão e na hesitação do próprio cão em agarrar ou manter um brinquedo na boca.
Paralelamente a este facto, existe igualmente a indiferença dos cães aos seus donos, quando libertados da trela. Vale tudo menos ir ter com o dono quando este o chama.
Esta realidade começa a formar-se nas idades mais jovens dos cachorros, altura em que as brincadeiras desmedidas com as mãos, não passam de provocações constantes para o animal. Este responderá da única forma que sabe ou seja, mordendo. Cenário que o dono não permite, acabando por repreender o cachorro com uma palmada (muitas vezes no focinho). Tudo isto está errado.
O resultado, deste “jogo” e respectiva consequência, acabará por gerar um conflito crescente, em que o cão deixará de perceber qual a barreira entre a brincadeira e uma luta na qual terá que se defender.
Igualmente, desde cedo, os donos querem testar a sua supremacia sobre os seus cães, forçando sistematicamente a que os cachorros larguem tudo que tem na boca. Algo que se agrava com a permanência de um cachorro que, livremente, percorre uma casa ou um quintal/jardim. O preço a pagar será alto, quando um dia se queira treinar um cão através da motivação e recorrendo a métodos positivos (Ex: Uso de bolas, churros ou mesmo comida). Na mão do dono, o cão nunca terá confiança ou motivação suficiente para brincar. Também neste caso, o cão deixará de perceber quais os limites da sua liberdade.
Por fim, e como oposto aos cenários anteriores, curiosamente, os donos deixam os seus cachorros crescerem, habituando-os, a passear livres da trela. Situação que os poderá colocar em risco, bem como, incorrectamente, irem incomodar terceiros (sejam outros animais ou pessoas). Procedendo desta forma, livres e sem obediência, os cachorros aprendem a libertar-se não só da trela mas também do dono. Principalmente, quando nestas circunstancias, a bem ou a mal (após longos e longos minutos de desespero) são apanhados e remetidos na base da força para o final do passeio.
Será sempre importante entender os cães, não os ver como humanos nem tão pouco os ter por mero capricho. Não menos importante, ter a humildade suficiente para perceber que, muitas vezes, antes de pensar em treinar um cão, deve pensar em “treinar-se” a si próprio.
Cláudio M. Nogueira
Olá
ResponderEliminarNão se se pode ajudar neste caso?
Talvez conheça alguém dos seus contactos de forma a poder ajudar o Bruts que se encontra no canil de abate.E por ser de raça rottweiler dificilmente alguém o quererá adoptar.
Acha que pode ajudar divulgando?
Deixo o meu e-mail:susanagirao@gmail.com
E pode ver o Brutus em: http://noblogdaxana.blogspot.com/2009/05/brutus-rottweiler-puro-num-canil-de.html
Fico então á espera que me possa dizer algo.
Cumps
Susana Girão
Olá Xana,
ResponderEliminarLamentavelmente o seu pedido de ajuda não é um caso isolado. Contra o desespero dos canis em tentar salvar mais uma vida, chega-me com muita frequência pedidos de donos que querem, eles próprios, libertarem-se dos seus cães (no fundo aqueles que acabam na rua ou nos canis municipais).
As leis e a má fama do Rottweiler, dificultam os processos de adopção, a juntar ao facto que, muitos outros, os procuram para fins pouco claros.
Gostaria de poder ajudar, mas não tenho os meios nem os contactos. Já o tentei no passado.
Sugiro que deixe esta mesma informação no fórum do Amigo do Rottweiler dedicado às adopções.
Obs. - Brevemente o site irá com mais destaque tentar colaborar em processos de adopção.
Obrigado pela sua preocupação e dedicação.
Cumprimentos
Cláudio M. Nogueira