terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Conhecer antes de censurar

Infelizmente, o ataque de cães a pessoas contínua, pontualmente, acontecer. Contudo, estes ataques surgem associados a diversas raças de cães ou mesmo a cães sem qualquer raça definida. Os factos e as causas que estão por de trás de um ataque, raramente são analisados e discutidos de forma séria e construtiva. Lamentavelmente, para as vitimas e para os cães, o sensacionalismo, impõem-se de forma mais vigorosa. Quando assim é, pessoas menos informadas e susceptíveis começam a descriminar raças, bem como os proprietários das mesmas. Este cenário, faz crescer cada vez mais um problema social que toma contornos lamentáveis, já que, ofensas verbais, corporais, envenenamento de cães e outros actos pouco dignos, ameaçam directamente aqueles que, de forma responsável, são detentores dos animais visados.

A posse de animais para guarda de propriedades, guarda pessoal ou factor moda, está na sua maioria, na origem dos ataques a pessoas ou a outros animais. A falta de conhecimento sobre aquilo que na realidade é um cão de guarda, aplicada a pessoas que apenas detêm um exemplar, é elevadíssima, sendo de total desconhecimento, para aquelas que, com o mesmo fim, detêm vários exemplares no mesmo espaço. O civismo, a educação, a “cultura” sobre a detenção responsável de um cão, é algo que falta à sociedade portuguesa. Pessoas que procuram um momento de laser em espaços verdes, que querem andar de bicicleta nas ciclo vias, que querem passear em circuitos pedonais, que querem passear o seu cão à trela, têm de ser sistematicamente incomodados com cães soltos e, na sua maioria, sem qualquer controlo de obediência. Estes são os responsáveis directos pelas vítimas humanas que por este país fora vão aumentando de número. Cães perigosos, não são apenas aqueles que atacam pessoas, são também aqueles que, descontroladamente, correm pelas ruas, provocando muitas vezes acidentes de viação e o derrube de crianças e pessoas indefesas.A problemática do ataque de cães a pessoas, não se resolve com listas de cães potencialmente perigosos. A proibição de raças também não é solução.Se juntarmos as diversas listas de cães potencialmente perigosos existentes por esse mundo fora, constatamos, que para alem de raças comuns em cada país, encontramos sempre mais duas ou três diferentes. Poderíamos assim concluir que, afinal, grande parte das raças é perigosa. No entanto, estas listas estão relacionadas com as raças mais populares. Popularidade, que associada à detenção irresponsável, origina os acidentes que lamentavelmente vamos conhecendo. Conclui-se facilmente que o problema não está nas raças, mas no uso indevido das mesmas por parte do homem.Um cão de origens credíveis e cujo o carácter não tenha sido modificado, é sem dúvida um cão de confiança. Uma boa socialização, a par de uma obediência básica rigorosa, é suficiente para termos um cão estável, equilibrado e útil.


O Rottweiler, como muitas outras raças de cães, tem sido ao longo de todo o seu historial, também ele, um cão de utilidade pública. É injusto, para uma raça que na sua maioria de casos, tem ajudado o homem nas mais diversas vertentes, se veja nos dias de hoje, ameaçada pela incúria de alguns dos seus proprietários.

A nós, amigos e defensores do Rottweiler, cabe-nos a tarefa, através do bom senso e um grande sentido de responsabilidade, contribuir para o bom-nome desta extraordinária raça.

Aos demais, em relação à raça Rottweiler e outras, apenas peço para conhecer antes de censurar.

Cláudio M. Nogueira

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